sábado, 17 de abril de 2010

Portugal no século XIII (A vida quotidiana)

Portugal no século XIII
A vida quotidiana nas terras senhoriais
A nobreza tinha sobretudo funções guerreiras. Participou com os seus exércitos na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.
O senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam camponeses livres e servos.
As terras do senhorio estavam divididas em duas partes: a reserva, explorada directamente pelo senhor e onde trabalhavam os servos e criados; e os mansos ou casais, parcelas arrendadas a camponeses livres em troca de rendas pagas ao senhor.
O senhor tinha grandes poderes sobre quem vivia no senhorio (terra do senhor): cobrar impostos, aplicar a justiça, ter um exército privado...
Quando não estava em guerra, o senhor nobre ocupava-se a dirigir o senhorio e a praticar exercícios físicos e militares (caça, equitação, exercícios desportivos, torneios).
Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se tocava, cantava e dançava.
Estas festas eram animadas por trovadores e jograis.
Jogava-se xadrez, cartas e dados.
A dama nobre bordava, passeava e governava a casa.
A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhava muitas horas, de sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era entregue ao senhor, como renda.
Devia ainda prestar ao senhor outros serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e pagar outros impostos, como os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar.
Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão.
A base da alimentação do povo era o pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho, queijo...
Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa.
O seu vestuário era simples, em tecidos grosseiros (linho, lã), fiados e tecidos em casa.
A vida quotidiana nas terras do clero (mosteiros)
Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado.
Tinha a função de prestar assistência religiosa às populações.
Tinha grandes propriedades que lhe haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos.
Tal como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas suas terras.
Os monges dedicavam a sua vida a Deus. A sua principal actividade era o serviço religioso: Meditar; Rezar; Cantar cânticos religiosos.
O clero dividia-se em dois grupos: o clero regular (todos os que pertenciam a uma ordem religiosa e viviam num mosteiro) e o clero secular (bispos e padres).
No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela Ordem a que pertenciam, os monges dedicavam-se:
- ao ensino (escolas monacais, junto aos mosteiros e episcopais junto às sés catedrais);
- à cópia e feitura de livros (com iluminuras);
- à assistência a doentes e peregrinos.
Em algumas Ordens, os monges dedicavam-se também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro.
Algumas Ordens eram militares, tendo combatido contra os Mouros.
No século XIII, faziam-se grandes peregrinações a santuários para cumprir promessas ou rezar junto às relíquias. Um dos principais santuários era o de Santiago de Compostela, na Galiza.
A vida quotidiana nos concelhos
A medida que iam conquistando terras aos Mouros, os nossos primeiros reis precisavam de as povoar e fazer cultivar, sobretudo a Sul.
Para tal, em muitos casos, o rei ou grandes senhores criaram concelhos, para atrair povoadores, a troco de direitos e regalias. Os concelhos eram criados através de uma Carta de Foral.
Carta de Foral - documento que cria um concelho , estabelece os seus limites e os direitos e os deveres dos moradores (vizinhos).
Os habitantes dos concelhos, chamados vizinhos, tinham mais direitos e mais autonomia que os habitantes dos senhorios pois podiam eleger os seus representantes para a administração e a justiça local:
- os juízes aplicavam a justiça;
- os mordomos recebiam os impostos;
- a assembleia dos homens-bons (os homens mais importantes do concelho) tratavam dos assuntos de interesse geral e elegiam os juízes e mordomos. Reuniam no Domus Municipalis (casa do município).
O rei fazia-se representar nos concelhos através do alcaide que era também o chefe militar que vivia na alcáçova ou torre do castelo.
Os direitos e deveres dos habitantes dos concelhos estavam escritos na Carta de Foral.
O símbolo da autonomia do Concelho era o Pelourinho.
Havia:
- Concelhos rurais: os seus moradores eram, maioritariamente, agricultores, pastores e alguns artesãos;
- Concelhos urbanos: os moradores eram, maioritariamente, comerciantes e artesãos.
O desenvolvimento do comércio provocou o crescimento das cidades, tendo a população aumentado. Era nas cidades que viviam os burgueses (mercadores e artesãos enriquecidos) que, pela sua riqueza e cultura, se distinguem do povo.
A arquitectura - A arte românica
Os edifícios (por ex. as Sés) tinham as seguintes características:
Edifícios de pedra; Paredes muitos grossas e baixas; Poucas aberturas e estreitas; Arcos redondos.
A vida quotidiana na corte
O rei vivia na corte com a sua família, conselheiros e altos funcionários.
Como chefe supremo do país, competia-lhe: fazer as leis; aplicar a justiça (só o rei podia aplicar a pena de morte e o corte de membros, nos casos de crimes graves. Reservava ainda para si o direito de apelo); decidir da paz ou da guerra; cunhar moeda.
Acompanhado da corte, percorria o país para o governar e ouvir as queixas das populações sendo ajudado por funcionários como:
- o alferes-mor (comandante do exército);
- o chanceler-mor (que autenticava os documentos com o selo real) ;
- os legistas (homens de leis) que constituíam o Conselho do Rei.
Em caso de decisões importantes, como declarar a guerra ou lançar novos impostos, o rei convocava as cortes, uma reunião de representantes da nobreza, do clero e dos concelhos (estes apenas a partir do reinado de D. Afonso III).
As cortes tinham uma função consultiva, isto é, o rei ouvia a sua opinião mas não era obrigado a segui-la.
A cultura
D. Dinis foi um dos reis que mais se preocupou com a cultura. Criou:
- o Estudo Geral (1290, em Lisboa), futura Universidade
- tornou o português língua oficial do reino (substituindo o latim). Assim todos os documentos passaram a ser redigidos em português.
Ele próprio foi poeta, recitando os seus versos nos serões da corte.
Para treinar:
http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/7.XIII_1_cross.htm

6 comentários:

Filipe Amado disse...

Obrigado pelo resumo stor Tozé

Gosto muito da música!

Anónimo disse...

Muito obrigado pelo resume ja´ o li
etirei fotoqopia ao resume para estudar em casa e na escola .






CATARINA FONSECA
182 - 5.A

Anónimo disse...

ja sei a matweria toda

Anónimo disse...

não está aqui nada da alimentação dos monges nos mosteiros do séc.XIII

Anónimo disse...

Gostaria que metessem também um texto sobre um distrito, outro e outro.

Anónimo disse...

OBRIGADO DEU-ME UMA GRANDE AJUDA NO MEU TRABALHO DE GRUPO JÁ IMPRIMI