sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os descobrimentos portugueses

A expansão portuguesa
O início
Até ao século XV, os europeus tinham um conhecimento limitado do mundo, pois apenas conheciam, para além da Europa, parte da África e da Ásia.
A América, a Oceânia e a Antárctida eram totalmente desconhecidas.
Por outro lado, o Oceano Atlântico era conhecido como um "mar tenebroso" povoado de monstros marinhos que afundavam os barcos.
Também os seres que povoavam as terras distantes eram imaginados como seres mosntruosos, muito diferentes dos europeus. Todas estas lendas criavam muito medo nos navegadores...
Por isso se diz que os descobrimentos marítimos, que os portugueses iniciaram no século XV, foram uma das maiores e das mais corajosas aventuras de todos os tempos.
Depois de assinada a paz com Castela, em 1411, D. João I procurou resolver os problemas de Portugal que era um reino pobre, mas independente e em paz.
Era necessário procurar o ouro, a prata e os cerais que faltavam em Portugal.
Como não podiam alargar as suas fronteiras terrestres, restava-lhes o mar.
As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução:
- agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos;
- agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã;
- agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias, cereais e outras mercadorias valiosas;
- agradavam ao povo que aspirava a melhorar as suas condições de vida.
Assim, em 1415, uma poderosa armada comandada por D. João I tomou a cidade de Ceuta.
Iniciava-se, assim a expansão portuguesa.
Ceuta era uma cidade do litoral de Marrocos (norte de África), junto ao Estreito de Gibraltar, rica em:
- Peixe e carne;
- Cereais;
- Ponto de passagem e/ou chegada de:
- Ouro;
- Seda;
- Especiarias;
- Escravos.
Ao contrário do que os portugueses esperavam, Ceuta não resolveu nenhum problema de Portugal, pois os Mouros desviaram as rotas comerciais para outras cidades do Norte de África.
Ceuta tornou-se , assim, uma cidade cristã cercada e constantemente atacada.
Os Portugueses iniciam então as viagens por mar, na esperança de chegar ao local de origem do ouro e das especiarias.
A expansão portuguesa A caminho da Serra Leoa
Três anos depois da conquista de Ceuta, os portugueses já navegavam para sul, para zonas desconhecidas dos europeus.
D. João I confiou ao Infante D. Henrique, seu filho, a chefia da expansão marítima.
No seu tempo foram contratados navegadores, astrónomos, matemáticos e cartógrafos (fazem cartas/mapas) experientes.
Do Algarve, partiam os barcos que descobriram os arquipélagos da Madeira e dos Açores e a costa africana a sul do Cabo Bojador, para além do qual nunca se tinha navegado.
Esta viagens permitiram acabar com as muitas lendas que falavam de monstros e do fim do mundo.
Descobertas/Descobridores:
1419 - Madeira e Porto Santo - João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira;
1427 - Açores - Diogo de Silves;
1434 - Cabo Bojador - Gil Eanes;
1436 - Pedra da Galé e Rio do Ouro - Afonso Baldaia;
1443 - Arguim - Nuno Tristão;
1456 - Cabo Verde - Diogo Gomes e Cadamosto;
1460 - Serra Leoa - Pedro de Cintra.
Quando o infante D. Henrique morre, em 1460, já os Portugueses conheciam a costa africana até Serra Leoa.
As técnicas de navegação
As viagens ao longo da costa africana realizaram-se primeiro em barcas e depois em caravelas.
As caravelas eram navios ligeiros, rápidos, capazes de navegar em todas as águas e com todos os ventos.
De casco muito leve, com um castelo na popa, tinham, em geral, três mastros.
Tinham leme à popa o que as tornava fáceis de manobrar.
As suas velas triangulares ou latinas permitiam-lhes bolinar, ou seja, navegar com ventos contrários, em ziguezague
À medida que iam navegando para sul, os navegadores sentiram necessidade de se afastarem da costa. Para isso:
- Passaram a orientar-se pelos astros (navegação astronómica);
- Utilizavam a bússola, o astrolábio, o quadrante e a balestilha.
- Desenvolvem a ciência cartográfica (fazer mapas e cartas de marear)
Da Serra Leoa ao Cabo da Boa Esperança
Depois da morte do Infante D. Henrique (1460), o rei D. Afonso V entregou a exploração da costa africana, por 5 anos (1469-1474), a um burguês rico chamado Fernão Gomes.
Este comprometia-se a descobrir, por ano, cem léguas de costa em troca do direito de fazer comércio naquela zona, pagando, ainda, 200.000 reais anualmente.
D. Afonso V, por influência da nobreza, preferiu fazer conquistas no Norte de África.
Mas o príncipe D. João (futuro D. João II), apercebendo-se das grandes riquezas da costa africana (ouro, escravos, marfim), passou a dirigir as descobertas.
O seu grande objectivo era descobrir a passagem para o Oceano Índico a fim de alcançar a Índia - local de origem das especiarias.
Foi Bartolomeu Dias que, em 1488, dobrou, pela primeira vez, o Cabo das Tormentas, depois chamado da Boa Esperança (nome posto por D. João II), provando ser possível passar do Oceano Atlântico para o Índico.
1471 - Mina - Marinheiros ao serviço de Fernão Gomes
1471-72 - S. Tomé e Príncipe - João de Santarém, Pedro Escobar, Fernão Pó
1474 - Cabo de Santa Catarina - Marinheiros ao serviço de Fernão Gomes
1482 - Foz do rio Zaire - Diogo Cão
1485-86 - Serra Parda - Diogo Cão
1488 - Cabo da Boa Esperança - Bartolomeu Dias
Passado o Cabo da Boa Esperança, quando D. João II já preparava a viagem para a Índia, Cristóvão Colombo, navegador genovês (?), propôs-lhe atingir a Índia navegando para ocidente. Como o nosso rei já tinha a certeza que a rota para oriente era mais curta, recusou.
Cristóvão Colombo procura então a ajuda dos Reis Católicos de Espanha que aceitam a sua proposta.
Em 1492, Colombo chega às Antilhas, ilhas da América Central. Descobre assim a América, pensando ter chegado à Índia.
Esta descoberta origina um grave conflito entre Portugal e Castela: D. João II exige a posse destas novas terras, de acordo com o Tratado de Alcáçovas (1480) que estabelecia que pertenciam a Portugal todas as terras situadas a sul das ilhas Canárias.
Com a intervenção do Papa Alexandre III (espanhol), estabelece-se então um novo acordo, em 1494: o Tratado de Tordesilhas.
Neste tratado, o Mundo foi dividido em duas partes através de um semimeridiano a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As terras descobertas a oriente desse meridiano seriam portuguesas e as terras descobertas a ocidente, seriam espanholas.
A chegada à Índia e ao Brasil
D. Manuel, que sucede a D. João II, em 1495, (eram primos) vai continuar a apoiar os Descobrimentos, mantendo o objectivo de chegar à Índia.
Em Julho de 1497, parte de Lisboa uma armada, comandada por Vasco da Gama, com destino à Índia. Depois de cerca de dez difíceis meses de viagem, chega a Calecute, na Índia.
Estava descoberto o caminho marítimo para a Índia.
De início, os portugueses foram bem recebidos. Porém, os Muçulmanos, receando perder o monopólio do comércio das especiarias, começaram a infleunciar os locais para não negociarem com os portugueses.
O itinerário seguido por Vasco da Gama mostra que os portugueses já conheciam as correntes marítimas e os ventos dominantes, no Atlântico.
A viagem demorou cerca de 2 anos e nela morreram cerca de 100 marinheiros (2/3 dos que partiram), a maior parte com escorbuto (doença das gengivas) provocada pela falta de vitamina C, presente nos alimentos frescos.
D. Manuel, em 1500, envia uma nova e poderosa armada de treze navios, chefiada por Pedro Álvares Cabral, para impor o nosso domínio no Oriente, se necessário através da força.
Perto de Cabo Verde, Pedro Álvares Cabral desvia a sua rota para ocidente, por motivos que ainda hoje geram discussão, tendo chegado à Terra de Vera Cruz, mais tarde chamada Brasil.
Envia um navio para Portugal para informar o rei e continua viagem para a Índia, onde chega com apenas 6 dos 13 navios com que havia zarpado de Lisboa (5 afundaram-se na passagem do Cabo da Boa Esperança e outro perdeu-se).
No início do século XVI, os portugueses criaram a Carreira da Índia, através da Rota do Cabo, que ligava Lisboa à Índia.
As viagens eram asseguradas por Naus (já usadas por Vasco da Gama). As Naus eram maiores e mais resistentes do que as caravelas, tinham velas quadragulares (panos redondos), podendo transportar mais mercadorias, pessoas e mantimentos e tinham peças de artilharia (canhões)
O Manuelino
O manuelino é o nome dado à arte portuguesa do tempo de D. Manuel. Esta arte sofreu grandes influências da expansão portuguesa.
Na decoração utiliza elementos inspirados nos descobrimentos:
- conchas, cordas, plantas exóticas, redes, bóias, etc;
- utiliza ainda a esfera armilar, a Cruz de Cristo e o escudo nacional.
Para treinar:
http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/9.ceuta_match.htm

1 comentário:

barbara disse...

Stor pode por aqueles exercícios para treinar??